quinta-feira, 21 de novembro de 2013

GAROPABA
-origem do nome-

Garopaba: Este nome vem grafado – Cahopapaba na carta de Turim, 1523 e pela primeira vez. Nas seguintes Assim : Upaua, Upaba, Guarupeba, etc. Vem de Igara canoa e upaba lagoa; lagoa da canoa.
A carta de Turim de 1523, constitui-se no primeiro mapa geográfico do mundo, depois da viagem de Migellano e das descobertas de Portugueses e de Espanhois no Brasil meridional.
Os primeiros habitantes encontrados em Cahopapaba,  foram os índios Carijós da tribo dos Tupi Guarani.
A partir do século XVIII, se dá o povoamento luso-açoriano com colonizadores das Ilhas dos Açores, em cumprimento à objetivos da Coroa Portuguesa na expansão e ocupação do litoral sul do Brasil.

MINI DICIONÁRIO TUPI GUARANI
Igarapé: de caminho da canoa.
Igararetés-Igaras: Troncos de arvores.
Igarité: de canoa de vulto.
Igaropaba
Guarapuvu: de canoa que brota do chão.


PESQUISA: Garopaba é o 6º município mais eficiente
do Estado
Garopaba conquistou o 6º lugar entre os municípios do estado com melhor desempenho fiscal e o 48º entre os municípios do Brasil. É isso que mostra um estudo da Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro (Firjan) criado para avaliar a eficiência das prefeituras na gestão do dinheiro dos contribuintes.
A avaliação leva em conta cinco indicadores: a arrecadação recursos próprios, a capacidade de investir, o peso dos gastos de pessoal, a eficiência na administração do dinheiro e o custo da dívida de longo prazo.
69 municípios (23,7%) catarinenses estão entre os 500 maiores resultados do país IFGF 2012. Entre eles estão: Garopaba , Balneário Camboriú, Bombinhas, Porto Belo, Itapoá, São Carlos, Timbó, Campo Alegre, Criciúma e Baln. Arroio Silva.
De acordo com o secretário municipal da Fazenda, Ronye Paes, o resultado da pesquisa comprova que o trabalho executado em Garopaba está no caminho certo. “Orientados pelo prefeito Luiz Nestor, desenvolvemos um trabalho que privilegia a gestão administrativa e o controle dos gastos públicos, o que tem permitido que ampliemos a cada ano os investimentos em melhorias dos serviços públicos e desenvolvimento de Garopaba”, destacou.
IFGF - O Índice Firjan de Gestão Fiscal foi criado como um posicionamento do Sistema Firjan diante da necessidade de promoção da gestão pública eficiente. Embora a boa gestão fiscal não seja condição suficiente para garantir qualidade na oferta de serviços públicos à população, é condição necessária para o cumprimento dessa missão.
Entre os principais objetivos do estudo estão estimular a cultura da responsabilidade administrativa e da gestão pública eficiente a partir da possibilidade de avaliação do desempenho fiscal do município, municiar de indicadores os milhares de gestores municipais do país e fornecer à sociedade uma ferramenta eficaz de controle social da gestão fiscal dos municípios.
O IFGF foi elaborado por três anos com base nos resultados fiscais disponibilizados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), no diálogo com gestores públicos e nas informações retiradas da literatura acadêmica. Na concepção do Índice, buscou-se identificar o desafio da gestão fiscal municipal na alocação dos recursos, tendo em vista as restrições orçamentárias com as quais se deparam as prefeituras brasileiras.
Fonte: Informativo Prefeitura Municipal de Garopaba-SC.


          
Contos que conto
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
 
 -dito popular-                                         
Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ALGUIDAR
                                                    -nas olarias de São José-
CULTURA DE BASE LUSO-AÇORIANA

Vasilhame de barro, mais largo que alto, e cuja boca tem muito maior diâmetro que o fundo, vidrado por dentro e na borda.

         
                                           

Entre outras variedades de louças de barro, produzidas nas olarias de São José,SC-Brasil, o ALGUIDAR constituiá-se na peça de maior serventia da população litorânea do Estado de Santa Catarina.
Aqui, o ALGUIDAR é produzido em 4 tamanhos de diâmetros, que os diferenciam entre si, nomeados por oleiros, assim; alguidar grande 42-47 cm, alguidar do meio 32-37 cm, alguidar pequeno ou machuca 23-28 cm, e ainda o alguidarzinho ou mata fome 15-20 cm.
-O apelido machuca, é porque serve para machucar, socar o feijão.
-O apelido mata-fome, é porque serve para prato de se comer.      
Depois da secagem, vão ao forno para queimar ou biscoitar e voltam ao forno para vidração interna, ou seja, somente por dentro e a borda.
Até inícios da década dos nos 70 do século XX, o ALGUIDAR grande e o ALGUIDAR do meio, eram também, utilizados como lavabos e higiene pessoal, e adaptados em armação de pias residenciais.
O ALGUIDAR GRANDE e o ALGUIDAR do meio, são úteis também na Umbanda.




Significado de Alguidar - Etimologia                      
1.Vaso de barro ou metal, de uso doméstico, em forma de cone truncado invertido.
al.gui.dar

2.Vasilhame de madeira, cerâmica ou metal em forma de cone truncado invertido, que serve normalmente para lavar ou amassar.
Do árabe al-gidar (escudela grande).
Ababa, o mesmo que alguidar
Ababá, o mesmo que alguidar

CONJECTURA

A ocupação árabe-mouros na Península Ibérica, provavelmente, nos tenha deixado um pouco de herança da cerâmica e seus nomes como o ALGUIDAR.

HISTÓRIA
Portugal foi ocupado pelos Mouros até o século XII, alcançando sua indepedência como nação, numa longa guerra étnica e religiosa.
A indepência definitiva na batalha de Ourique em 1.139 e 1.147 na batalha pela tomada de Liboa e por última, a batalha de Albujarrota em 1385, na derrota imposta aos Castelhanos.



Diz-se em Portugal

“Num sistema democrático é absolutamente essencial, sempre que acontece um grande vazamento (que em regra só é grande se for na direcção da pobreza), a intervenção dos chamados "homens do alguidar": aqueles homens (ou mulheres) que, gerados na e pela "cultura central" da sociedade, procuram a todo o custo evitar que a água escorrente da tina se encaminhe para algum reservatório alternativo, lateral, do sistema, ou simplesmente que se espalhe de forma desordenada pelo chão”. 
 DicionárioInformal.com.br

Contos que conto
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
              -dito popular-                                         
Texto: Gilberto J. Machado
                  -Historiador-




quarta-feira, 6 de novembro de 2013

C A N O A

 Ilha de santa Catarina – Brasil


Com quantos paus se faz uma canoa?
Ou
Vou te mostrar com quantos paus se faz uma canoa!!!

Este modo de falar, é coisa de mané. E se fala no lado insular e no lado continental da Ilha de Santa Catarina-Brasil.
Frases que alguém mané, ou não, já escutou, já ouviu falar, ou já falou.
Se você ainda não sabe, não ouviu, não falou, pois saiba que, aqui na Ilha de Santa Catarina e no lado continental, CANOA se faz com um só pau, ou de um pau só. De pau caído ou derrubado. Tombado está o pau.

E QUE PAU É ESSE?
O tronco do garapuvu

Pesquisa gjm; árvore de 20 a 30 metros de altura, 60 a 80 centímetros de diâmetro na altura do peito, notável pela sua velocidade de crescimento que pode atingir 3 metros por ano. Entre outros nomes que tem, aqui na Ilha e no continente, os mais chamados são. Guarapuvu, garapuvu, garapivu, pataqueira, pau-de-vintém e pau-de- tamanco.
Flores grandes, forma vistosas copas amarelas. Tronco elegante, majestoso, reto, alto e cilíndrico, casca quase lisa, de cor cinzenta muito característica. Floresce durante os meses de outubro, novembro e dezembro. Nativa das Américas Central e do Sul,  no Brasil ocorre da Bahia a Santa Catarina nas encostas da mata atlântica.
É a árvore símbolo de Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, com registro em arquivo público desde1992. Tombamento.
Google-Mini dicionário tupi guarani
Guarapuvu: de canoa que brota do chão.
Igarapé: de caminho da canoa.
Igararetés-Igaras: Troncos de arvores.
Igarité: de canoa de vulto.

CANOA – embarcação de pequeno porte, leve, marítima ou fluvial, constituída de proa aguçada e popa tipo escaler, impelida à remo, vela ou motor.


Na Ilha de Santa Catarina, esse formato de CANOA de um pau só, ou de um só pau e bem entalhada, desenvolve-se a partir do século XVIII com a chegada dos colonizadores luso-açorianos, levados a adaptação de usos e costumes dos nativos índios carijós.
Entre esses usos e costumes, o açoriano adaptou-se  e encontrou na pesca artesanal, meios de sobrevivência, levados pela necessidade e a abundância de peixes no mar e baias da Ilha e do lado continental.
Essa CANOA melhor entalhada como embarcação de pesca, está aliada à essa adaptação do colonizador luso-açoriano, atribuídos aos seus conhecimento e uso de novas ferramentas.
Surgem os CANOEIROS, homens que fazem canoas do tronco do garapauvu,. Canoas que brotam do chão, escavada e entalhadas com enchós reta e goiva, até o formato ideal da CANOA. Geralmente, esses homens tinham ofício na carpintaria, enquanto outros pela observação, a curiosidade os levava ao aprendizado fazer.
O garapuvu de frondosa copa amarela, origina o tronco em 4 colorações; amarelo e vermelho, os mais fortes, segundo os CANOEIROS e rajado tipo cedro e o branco.
A princípio, a árvore à ser derrubada, era escolhida a distância pela sua imponência na mata. Derrubada à machado, o tronco é arrastado ao local adequado de trabalho do CANOEIRO, que faz o desbaste e a iniciação da escavação, também a machado.






É dito por CANOEIROS e pesccadores, que uma CANOA, tem que ter no mínimo 5 metros ou mais de comprimento. Abaixo dos 5 metros a embarcação é chamada de BATELÃO. Eu concordo, já fui pescador e com CANOA.de garapuvu.

A CANOA, possui o piri-pau para vela e espera dos bancos, fixos e do próprio pau. Complementos de madeira: bancos, acabamentos de proa e popa, paneiro, quilha e filetes de bordas alongadas de proa a popa, podendo ser dotada de leme com ferragens.
Troncos do garapuvu, acima de 6 metros de comprimento, CANOIROS criaram as famosas CANOAS bordadas, assim chamadas. Nesta transformação, são abertas no centro do fundo em toda a sua extensão e recebe complemento de madeira.




A CANOA bordada se constitui numa embarcação de maior porte, geralmente possuindo 2 piri-paus e espera para bancos, fixos e do próprio tronco. Complementos de madeira; bordas largas e alongadas de proa a popa, bancos, acabamentos de proa e popa, paneiro, quilha, toleteiras, leme com ferragens e guia do leme.Essa CANOA é apropriada para pesca de redes de cerco ou volta.
Desde então, a CANOA se constitui na adaptação luso-açoriana na pesca artesanal nas baias norte e sul, do lado insular e lado continental.
Constituiu-se ainda, em meio de transporte de mercadorias e de pessoas, entre a Ilha de Santa Catarina e o lado do continente, até a inauguração da Ponte Hercílio Luz em 1926.
As maiores concentrações de canoas em dias de pesca, se dava na baia sul, na safra do camarão do corso e na praia e cais do Mercado Público de Florianópolis, na travessia ilha/continente e vice-versa.
Em 31/12/69 e 01/01/70, registra-se uma das maiores safras, abundância de camarão do corso, em frente a praia do Tomé na Barra do Aririú-Palhoça/SC. Mais de 220 canoas de garapuvu foram contadas. Uma das canoas da Barra, com dois pescadores e duas boas tarrafas/nylon de 23 palmos com carapuça/bucho, num só dia, pescaram 118 kg de camarão.
No Caminho dos Açores em Santo Antonio de Lisboa na Ilha de Santa Catarina, está preservada uma canoa de garapuvu do século XIX, de propriedade exposta do Restaurante Samburá.



ALGUNS CANOEIROS
IN MEMÓRy

Nicanor Martins de Samaqui-Ilha de SC. Fez sua última canoa com 92 anos. Viveu 100 anos.
Manoel Juvêncio de Costeira do Pirajubaé. Construía canoas em baixo de uma figueira entre as estradas de Saco dos Limões e a Costeira.
Paterniano Ernesto Alves, o conhecido Sr. Terninho da Barra do Aririu - Palhoça
Senhor Serafim, Barra do Aririú-Palhoça-SC
Em atividade: Rudinei Alves, filho do Sr. Terninho, aprendeu com o pai

Glossário

Toleteira - sf (fr tolletière) Náut Pequena elevação, na borda dos barcos, em que se introduzem os toletes para argolas de B remos de volga.

Paneiro – tipo de banco de madeira em formato de encaixe da popa canoa

Piripau – na canoa, peça de fundo, feito do mesmo pau para encaixe do mastro da vela

Carapuça ou bucho na tarrafa – é um tipo capuz, aplicado no olho da tarrafa, formando uma presa para o camarão na pesca em águas profundas. É feita com malhas crescentes no meio, formando um saco. Suas malhas iniciais são para fixação da fieira e na outra extremidade com malhas reduzidas em conformidade com as malhas do olho da tarrafa.

Fotos-imagens Google
Imagens - www.ndonline.com.br - 500 × 755 - Mais tamanhos-google


Contos que conto
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
              -dito popular-                                         
Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador