sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

HOSPITAL REGIONAL DE SÃO JOSÉ Dr. HOMERO DE MIRANDA GOMES



A partir de 1974,  assumiu como Governador do Estado de Santa Catarina, Dr. Antônio Carlos Konder Reis. Em seu período de governo, foram planejadas as construções dos Hospitais Regionais no Estado, a saber; Hospital Regional de Araranguá, Hospital Regional de Joinville, Hospital Regional de Chapecó, Hospital Regional de São José e Hospital Geral de Ibirama.
O desenho das regiões do Estado foi idealizado pelo Planejamento de Governo e Secretaria de Estado da Saúde, bem como, os hospitais, seriam nominados Regionais, levando apenas o nome do município de abrangência da região.
Em contra partida, os municípios elencados, fariam a doação dos respectivos terrenos ao Estado de Santa Catarina.
As construções realizaram-se nos governos de Antonio Carlos Konder Reis e Jorge Konder Bornhause, ambos nomeados pelo Governo Militar.
Ao Governo de Esperidião Amin Helou Filho, eleito pelo voto direto, coube a montagem, instalação dos equipamentos, mobiliários, instrumentalização, contratação de pessoal, convênios de administração, inauguração e outros trabalhos pertinentes aos seus funcionamentos para atendimento a população.
Em 1986, manifestos da população de São José, levam a Câmara de Vereadores a aprovar homenagem à Dr. Homero de Miranda Gomes com o nome do Hospital, reconhecidamente pelos relevantes serviços prestados como médico, administrador e político em São José e região.
Registra-se: O terreno destinado ao hospital, era patrimônio público municipal, outrora adquirido paa ser um campo de futebol para jogos ex-Ipiranga F.C.
A doação ao Estado de Santa Catarina tem início na administração do Prefeito Constâncio Krumel Maciel, finalizada na gestão do Prefeito Germano João Vieira.
Assim, em 15 de fevereiro de 1987, o último hospital regional é inaugurado pelo Governador Esperidião Amim Helou Filho com o nome de: HOSPITAL REGIONAL DE SÃO JOSÉ Dr. HOMERO DE MIRANDA GOMES.
Na solenidade foi empossada a primeira Diretoria Hospital, assim composta:
Diretor Geral:..............:  Dr. Isaac Lobato Filho
Diretor Técnico...........:  Dr. Felipe Simão
Diretor Administrativo: Técnico/Administração Lídio Juvenal Ramos
Assistente de Direção.:Técnico/Administração Gilberto João Machado
Em 16/02/1987, iniciá-se o a implantação gradativa de atendimento hospitalar, primeiramente como MATERNIDADE.

Contos que conto
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
              -dito popular-                                         
Texto: Gilberto J. Machado
                  -Historiador-





segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

O PAULO LOPES JÁ PASSOU?

O PAULO LOPES JÁ PASSOU?
Expressão conhecida no litoral da Grande Florianópolis

O Paulo Lopes já passou? Já? Então ta na hora de tomar uma ou matar o bicho, (pinga, cachaça) antes da bóia (almoço). Essa expressão começa a surgir em meados da década dos anos de 1970 por oleiros e outros freqüentadores da venda do Jonas, que localizava-se na entrada da estrada para a Ponta de Baixo., local também conhecido como Morro da Cruz.
O ônibus da Auto Viação Paulo Lopres, (hoje Paulotur), que saia  de Florianópolis com destino a Paulo Lopes, passava ali entre 11:15 e 11:30 horas.
Na espreita, oleiros paravam os trabalhos nas olarias e, juntamente com outros desocupados e aposentados, reuniam-se em volta do balcão da venda  para tomar uma cachacinha e colocar os assuntos em dia.
 Anunciada em voz alta por alguns, esta expressão espalhou-se por locais em que o Paulo Lopes nem passava, pretexto para se tomar uma cachaça antes do almoço. Ate em locais da ilha de Santa Catarina, adotou-se essa expressão. “O  Paulo Lopes já passou?”
A venda, local em que surgiu a expressão, pertencia ao Senhor conhecido por Pedro do Sena. Nessa época e durante alguns anos, foi alugada pelo Jonas do seu Marçal, morador das proximidades do Centro Histórico de São José.
A venda, além de tudo que oferecia, era também um bar com jogos de bilhar e dominó.
Senhor Marçal, que gostava de fazer boas comidas, nas sextas e sábados, oferecia aos freqüentadores amantes do trago(aperitivo), algumas comidas exóticas, tipo carne de gambá assada de panela, carne de lagarto do papo amarelo, carne de tartaruga, arraia e outras.

‘TEMPO BOM
 NÃO VOLTA MAIS
SAUDADES
DE OUTROS TEMPOS IGUAIS’

Esta estrofe, é da música de autoria de um humorista cantor, chamado de LILICO, que fez muito sucesso nessa época.
O COBRA D’AGUA

Épocas em que o termo mobilidade urbana, não fazia parte do dia a dia do nosso vocabulário. Pegar, embarcar e sentar num ônibus para ir e vir da cidade (Florianópolis), era tudo de bom e sofisticado, especialmente para quem podia pagar mais pelo conforto.
Além do trajeto da concorrência exigida com Empresas sediadas em Palhoça e São José,  pelo conforto e qualidade do atendimento, pagava-se mais nos ônibus da Empresa Auto Viação Imperatriz, que além do atendimento diferenciado, motoristas e cobradores trabalhavam rigorosamente uniformizados.
Tempos em que as Empresas da região, disputavam os passageiros pelo conforto oferecido pela melhor qualidade de seus ônibus.
A cor amarelada, ainda hoje destaca os ônibus de Santo Amaro da Imperatriz, apelidados por muitos de COBRA D’AGUA.
O Paulo Lopes já passou? sim, e o cobra d’água também.
Talvez a expressão O Paulo Lopes já passou? ficou marcada pelo horário do aperitivo e as brincadeiras com o terceiro pólo.
Sim aqui nós temos o terceiro pólo. Pólo Norte, Pólo Sul e Pólo Lopes.
Em seguida, passava o COBRA D’AGUA, sempre lembrado pelos que chegavam atrasados  no horário da pinga, antes da bóia.



Contos que conto
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
              -dito popular-                                         
Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador



quinta-feira, 21 de julho de 2016

GAMBÁ ACUADO



GAMBÁ ACUADO

O gambá acuado por cachorro, usa sua auto-defesa trepado no mamoeiro. 
Este cenário, presenciei in loco, no terreiro da família Martins, bairro Bela Vista, município de Palhoça-SC.
O episódio ocorreu dia 12-07-2016, às 11:40 horas, no local de preparo de barro(argila), utilizadas pelas olarias de louças de barro de São José e demais ceramistas da região da Grande Florianópolis.

A propósito, o gambá é um bichinho de muitas histórias:

COISAS DE JAPONES
O gambá de estimação

Consta-se que um casal de japonês ( Maria e Joaquim, Joaquim e Maria), estavam em viagem de  turismo pelo Brasil.
Quando do regresso, Maria apaixoná-se por um gambá, bicho da fauna do Brasil e resolve levá-lo na bagagem, como seu animalzinho de estimação.
Olhe só, logo  o catinguento gambá!
Ao deparar-se com o gambá nos braços da Maria, Joaquim apavora-se e diz; Maria, Maria, meu amor, largue esse bicho, não estas a ver, que não passarás na revista do aeroporto?
Maria, percebendo que poderia ficar sem o seu bichinho de estimação, imediatamente coloca o gambá debaixo de sua saia, para tentar enganar a fiscalização.
Joaquim, vendo a cena, fala em voz alta; Maria, Maria, e o cheiro?
E a Maria, de pronto responde;  ORA POIS, O GAMBÁ QUE SE DANE! ....rsrsrsrsrs

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Texto: Gilberto J. Machado
                  -Historiador-






terça-feira, 10 de maio de 2016

ZOMBARIA DA PROCISSÃO DOS PASSOS


O HUMOR NAS OLARIAS-3

ZOMBARIA DA PROCISSÃO DOS PASSOS
E O ESTOURO VEIO DO CEU


Essa história ou estória era contada por meu avô(Ricardo Crispom dos Santos(1901-1987), que na época ainda adolescente, aprendia o ofício de oleiro nessa olaria.O episódio, foi comentado em décadas posteriores, por outros dos arredores, em épocas ou não, quando da Procissão, vindo logo a silenciar pelos tementes, pois encaravam com muito respeito, o  castigo pela zombaria.
 A olaria, localizada na Ponta de Baixo, em que, dos filhos do proprietário, 7(sete) deles eram oleiros.

-Oleiros ainda jovens, todos os filhos trabalhavam em todos os afazeres da olaria. Gente de boa índole, mas excessivos brincalhões, faziam escárnio de tudo o que viam nos outros.
Um certo dia, no descanço do almoço, inspirados na Procissão dos Passos, resolveram encenar o calvário de CRISTO e, em tons de zombaria, fizeram uma cruz com tábuas da olaria.
Um deles, pôs-se com a cruz às costas, como se fosse o CRISTO. Outro com um açoite  ao lado, imitava um soldado romano, outros acompanhavam o cortejo, enquanto outros zombavam a distância no pátio da olaria.
A zombaria se fazia, quando um estouro tipo estrondo de trovoada ecoou do céu, fazendo com que, todos corressem assustafos para dentro da olaria em busca de proteção.
A partir de então, desfêz-se a zombaria, silêncio entre eles se fez. De repente, um deles quebra o silêncio, atribuindo o estouro que veio do céu, à um castigo do Senhor. Esse castigo pelos tementes foi entendido, diante do dia de sol que fazia. Cruz credo...
A partir de então,
o respeito imperou,
jamais se fez zombaria
com a Procissão do Senhor

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Agora, vamos conhecer um pouco da origem da Procissão dos Passos.

-A Irmandade do Senhor dos Passos, localiza-se na Capela  do Senhor dos Passos (assim chamada), no Morro da Cruz, cruzamento da entrada do caminho da Ponta de Baixo com o caminho de cima (assim chamado), a ex-estrada geral Fpolis-Lages e também para o Rio Grande do Sul.
-Aos fundos da Capela, o cemitério dos Irmãos, administrado pela própria Irmandade. Anexo a Capela, a Sacristia, o escritório e nas laterias de forma independente, a Casa Mortuária e um salão de festas.
-A Irmandade, caracterizáva-se pelo vestimento da Ópa( de cor rocha ), em todas as solenidades, fossem elas Diretivas, festivas, religiosas ou fúnebres.
-Para os que não faziam parte, era chamada de “OS AMIGOS DA ÓPA”.
-A procissão do Senhor dos Passos pela Irmandade do Senhor dos Passos em São José- SC, remete-nos a meados do século XIX.

Glossário
Opa – (veste), um tipo de capa sem mangas.

Contos que conto
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Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador




sábado, 7 de maio de 2016

O HUMOR NAS OLARIAS-2

O HUMOR NAS OLARIAS-2

“Essa cachaça parece que tem sali...? (sal)”
Conão & Dodô
Uma dupla de oleiros afinada no dia a dia da olaria.

Diariamente madrugavam, começavam muito cedo na produção das louças de barro.
Mas, tinham lá seus costumes matinal  na chegada a olaria. Antes de qualquer atividade, tomar um trago de cachaça.
Para isso, compravam ½ garrafa de cachaça na venda do Adelerme e escondiam num lugar da olaria, que somente os dois sabiam, sem que, qualquer outro oleiro visse o local.
Numa noite fria de vento sul, um dos outros oleiros que costumava tarrafear a val, molhado e com frio, resolveu procurar e achar a cachaça escondida, tomar um trago para matar o frio.
E achou a garrafa escondida no tubo de uma manilha e tomou um gole, um bom trago.
Para não deixar suspeitas, foi até a praia e completou a garrafa com água do mar e foi embora.
Logo depois, ainda na madrugada, Conão & Dodô, chegam para trabalhar e logo vão de encontro a ½ garrafa de cachaça.
Conão, isganado e guloso por cachaça, como de costume, toma seu trago de fazer bochecha para sentir o sabor e depois engolir.
Ao engolira, sentiu que estava salgada e diz ao Dodô, parece que tem sali....
Dodô, por sua vez, tomou também o seu trago e diz; é mesmo, tem sali...
Resolveram então, reclamar da cachaça salgada ao Adelerme, dono da venda, pois segundo eles, tinha ele derramado sal no garrafão ........rsrsrsrsrsrsrsrsrskkk

Homenagem aos saudosos personagens
Ricardo Crispim dos Santos – Conão, oleiro
Arnoldo Silveira de Souza – Dodô, oleiro
João Machado Neto – Ninho, oleiro e tarrafas a val
Adelerme da Silveira – dono de venda na Ponta de Baixo.

Dodô & Conão, Conão & Dodô, uma dupla de oleiros, que mandava ver nos trabalhos das louças de barro. Juntos madrugavam durante a semana e trabalhavam até aos sábados ao meio dia.
Aos sábados a tarde e domingos pela manhã, o lazer nas vendas do lugar, uma boa cachaça e jogos de dominó.
Aos domingos pela manhã, eu como neto e outros guris, chegávamos perto dos dois, em busca de umas balas, desejo de criança.
Conão & Dodô, cheios de farra, agradavam toda a gurizada.
Conão, cheio de graça, cantava o seu refrão: “ecô, dá a bença(benção) pro vovô, quem paga é o Dodô”!!!
E o Seu Dodô na resposta do refrão; “Conão não dá” !!!
E logo depois, um punhado de balas era distribuido para a gurizada e saíamos a pular de alegria.

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Texto: Gilberto J. Machado

domingo, 1 de maio de 2016

O HUMOR NAS OLARIAS-1


O HUMOR NAS OLARIAS-1
DEUS DISSE: “comerás e te alimentará, mas pão seco não serve de alimento”

Como ganhavam por peças que produziam (porcentagem assim chamada), os oleiros madrugavam, ou seja, começavam a produzir entre 4:30 e 5:00 horas da manhã.
O café da manhã entre 7:30 e 8:00 horas, cada um fazia o seu lugar de refeição num canto da olaria.
Alguns já traziam o café de casa, outros, pela manhã, recebiam de familiares que levavam até as olarias.
Todavia, a curiosidade de alguns em espiar o que o outro comia, estimulava ditos e brincadeiras, especialmente na qualidade do café de cada um.
Uns porque faziam economia e o café era fraco, a base de pão seco(pão sem mistura ou sem a famosa ximia). Outros porque o café era com boas misturas, ovos mexidos e até pirão de água escaldado com carne de sol(sim no café da manhã).
Numa manhã de 1957, na olaria de Germano Truppel, o oleiro Delaudino Silveira de Souza(Seu Dino), percebendo que um dos outros oleiros sempre comia pão seco no café, levantou-se e em voz alta, fala para todos; DEUS disse: “comerás e te alimentarás, mas pão seco não serve de alimento”

“Até a década dos anos 60 do século passado, a localidade de Ponta de Baixo no município de São José-SC, sediou mais de uma dezena de olarias de louças de barro”

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Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador








sexta-feira, 22 de abril de 2016

PEIXE DE CARRO DE MÃO


PEIXE DE CARRO DE MÃO
 PERIPÉCIAS E MEIO DE VIDA DE PEDRO JOÃO MACHADO


PEDRO MACHADO É MACHO
Esta era a sua resposta aos que o inticavam, quando de sua volta das vendas de peixe com seu carro de mão.
Mesmo só, mas mal humorado, empurrando o carro de mão, ou na praia, as lidas com seu batelão macuco, ao perceber a presença de qualquer pessoa, resmungava baixinho, Pedro Machado é macho.

Pela manha, ainda sóbrio, vendia seus peixes normalmnte, com bom tratamento entre seus fregueses. . Anunciava a venda de peixes com uma buzina de chifre de boi. Sua buzina(berrante), era a marca do tradicional pombeiro.
 Já na volta pela tarde, bêbado, cheio de cachaça, ficava embrabecido com qualquer um que o inticasse.
Tinha o apelido de maeco e ficava enfurecido com quem  assim o chamasse.
Os que sabiam do se apelido e de sua brabeza, gritavam maeco. Daí em diante, virava farra para uns e temor a outros, pois, tirava da cintura sua faca e riscava no chão, ou em direção a quem estivesse por perto, gritando Pedro Machado é macho.

Tinha como companheiro de carro de mão e vendas de peixe, o Senhor que tinha o apelido de Parreira. Quando assim chamado, depois de umas cachaças, esbravejava ao lado do maeco e a lambança tava feita.

No caminho da Ponta de Baixo, donas de casa, fechavam as janelas da frente para não escutar, ou fazer que não escutavam os palavrões e chavões, que esbravejavam. Um dos chavões de Pedro Machado como resposta de suas provocações, dizia; “tive um caso com tua mãe agora mesmo”, Pedro Machado é macho.
E na caminhada de volta, bêbados, maeco e parreira, parreira e maeco, até chegarem ao rancho de canoa que moravam, qualquer provocação era um prato cheio,  iniciava-se uma nova lambança.

Pedro Machado, comprava peixes para venda  das pescarias de Adolfo Carlos Moreira(Dodô), Mário Estervão dos Santos(Mauro), João Machado Filho(João do Joca) seu irmão, João Machado Neto(Ninho) seu sobrinho, José João Machado(Zequinha) seu sobrinho e ainda de outras pescarias familiar.
Época em que a Ponta de Baixo era destacada pelas olarias de louças de barro e pescarias com lanchas baleeiras, canoas de garapuvu bordadas e boas canoas à remo e a vela.
Pedro Machado e Parreira, faziam o trajeto com seus carros de mão cheios de peixes, desde a praia de baixo onde terminava o caminho no lugar chamado Capão, passando pela praia de cima, Morro da Cruz, rua do Fogo, Praça de São José e Praia Comprida.
Dependendo do tipo de peixe, rumavam até Forquilhas e Potecas, ou entravam por Picadas e Fazenda do Max em direção ao Sertão do Marui e chegavam até Colonia Sant’Ana. Nessas localidades, vendiam muitas cardosas, cocorocas, outras variedades de menor valor e tiras de arraia.

Embora sendo do lugar, não vendia  peixes para todos na Ponta de Baixo. Tinha lá suas manias, seu humor intepestivo. Fazia-se de surdo, não escutava,  mesmo sendo chamado, não parava o carro e seguia em frente.
Essa sua atitude, indignava muitos moradores e, filhos de alguns desses,  o esperavam na sua volta para inticar com o maeco, provocando farra e lambança no caminho e em frente das casas.

Certa feita, um Oleiro de tradição e muito cheio de graça, vendo o Pedro Machado, que passava com o carro cheio de peixes, o chamou para comprar. O maeco cheio de birra e mal humor, nem deu ouvidos e seguiu em frente e não vendeu-lhe o peixe.
A tarde, na sua volta, Pedro Machado, bêbado, ainda parou na frenete da olaria e remungou para o Oleiro; Pedro Machado é macho e não vende peixe pra gente da Ponta de Baixo.
Então, o Oleiro, desceu da roda de oleiro que estava a trabalhar, encheu as mãos de lama(barbotina) do barro de trabalhar, saiu a rua e foi de encontro ao maeco e lambuzou toda a sua cabeça com aquela goma de barro.

No dia seguinte, Pedro Machado com o carro cheio de peixes, parou em frente da olaria e entregou ao Oleiro, um bonito cambulhão de peixes. Esse gesto de bondade, surpreendeu a todos, inclusive pelo seu bom humor.
Sabe-se que em outros desentendimentos com fregueses, Pedro Machado, agiu da mesma forma no dia seguinte, revelando sua maneira de agradar , depois de seu ato inesperado do dia anterior.

Entre os moradores mais antigos da Praça de São José, Praia Comprida, até aos caminhos de Picadas, Forquilhas, Potecas e Colonia Sant’Ana, ainda há quem lembre das peripécias dos personagens Pedro Machado e Parreira, vendedores de peixes de carro de mão(pombeiros).

Virtudes
-Em todas essas histórias de faca e ameaças, não há relato de alguém que por sua faca tenha sido ferido.
-Em todas as pescarias e seus fornecedores de peixes, não há relatos de dívidas pendentes, deixadas por Pedro Machado.
-Seus bolsos sempre cheios de dinheiro, sóbrio ou bêbado, não há relatos que tenha sido assaltado.
Costumes
-Comia a base de peixe e farinha de mandioca. Fazia o pirão com água fria(jacuba). Ccom o peixe na frigideira, comia o lado frito  enquanto o outro lado fritava.
-Não usava calçados, sempre de pés no chão, descalço.

ORIGENS

Pedro João Machado(1905-1983), um homen solitário, pescador de caniço, camarada de rede embarcada para cerco, vendedor de peixes de carro de mão.
Tinha como seu maior patrimônio, um batelão de garapuvu, penso de um lado e difícil de se equilibrar, quando no mar. Ao batelão, deu o nome de macuco, que ficou muito conhecido, por ser sua cama de dormir no rancho de canoa que morava.
Tem origens da família de João Machado, que moravam no lugar conhecido por massambaba, Ponta dos Machados, depois Canto na Costeira da Ponta, atual Ponta de Baixo.
Ao lugar chegava-se por um caminho dentro da própria área dos Machados, que leva ao canto da praiazinha entre pedras de acesso ao costão.
A massambaba, tinha uma pequena área rasante alagada e pedregosa areada, constituída de mangue, uma lagoa com capim ligada ao mar. A lagoa, ficava muito funda com marés cheias, dificultando a passagem para o costão. Era um criatório natural da fauna marinha e habitat de espécies como pequenos jacarés, lontras e paragem de aves como o mergulhão, gaivotas, garças e 30 réis...
A massambaba, também era conhecida como cercado dos Machados, intriguentos com vizinhos, família de briguentos entre si e com facas que riscavam na praia. Eram exímios pescadores de caniço,  de fisga e espinhel. No cercado, só entravam os conhecidos para comprar peixes. Extranhos eram recebidos a distância e de faca na cintura e facão nas mãos.

João Machado, o patriarca, de origem açoriana, apossou-se do lugar em meados do século XIX, entre alguns descendentes da miscigenação de índios carijós, que ali viviam. Bígamo, mantinha famílias em casas separadas no mesmo cedrcadoe e teve vários filhos.
Pedro João Machado(filho), viveu num rancho de estuque, que pertencia ao terreno dos Machados, no lugar agora chamado de Canto, por ser o canto, o final da praiazinha que dava acesso ao costão.
Em meados do século XX, João Machado Filho(João do Jóca) seu irmão, vendeu a área para a família Bonassis, hoje pertencente a família Ávila, que exterminou a natureza do lugar. A outra parte da área, hoje pertence a família Koerich.

A partir de então, Pedro Machado, pegou suas tralhas e o batelão e foi morar com seu sobrinho João Machado Neto(Ninho). Desavença entre tio e sobrinho, sobrinho e tio, o levou a voltar para o rancho do Canto por mais uns tempos.
De meados dos anos 60 ao final dos anos 70, foi acolhido pelo Senhor Acácio Moreira, que ofertou-lhe seu rancho de pesca para morar.
Pedro Machado, o vendedor de peixes de carro de mão, assim viveu, tendo como sua  cama o batelão macuco, num rancho de canoa.
Veio a falecer, em consequência de atropelamento com seu carro de mão, por um veículo 
no caminho de cima, que dá acesso a antiga Ponte do Imaruy.

Glossário
Pombeiro vem de quimbundo pumbelu,  origem Africana - Comerciante que percorre sertões. Aquele que pombeia, vendedor ambulante.
Regional do Nordeste do Brasil – Revendedor de peixe que compra nas jangadas para vender a retalho.
No litoral de Santa Catarina – Revendedor de peixe que compra nas pescarias e canoas para vender em cambulhão(peixes em porções, enfiados em imbira de bananeira ou cipó). Com a chegada das balanças, adotou-se a venda por kg.
Massambaba vem do tupi-guarani, espécie de restinga(portugues), bioma.
 Pombeiro vem de quimbundo pumbelu,  origem Africana - Comerciante que percorr aas balanças, adotou-se a venda por kg.
 Pombeiro vem de quimbundo pumbelu,  origem Africana - Comerciante que percorre sertões. Aquele que po
Contos que conto
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Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador

 



sábado, 27 de fevereiro de 2016

SABER - ANO BISSEXTO

                         S A B E R
Como um bom Mané, procurei saber sobre essa coisa de ano bissexto
Pois não é que o mês de fevereiro poderá ter 30 dias em 3.323,
óióió,
 quem pudesse ta aqui pra vê(ver)

CALENDÁRIO GREGORIANO
No século 15, o calendário juliano estava atrasado em aproximadamente uma semana em relação ao calendário solar (cuja marcação é baseada nos movimentos do Sol) - então a primavera no Hemisfério Norte caía por volta de 12 de março ao invés do dia 21.
O calendário gregoriano é um calendário de origem europeia, utilizado oficialmente pela maioria dos países. Foi promulgado pelo Papa Gregório XIII 1 (1502-1585) em 24 de Fevereiro do ano 1582 em substituição do calendário juliano implantado pelo líder romano Júlio César (100 a.C.- 44 a.C.) em 46 a.C. 2 .

 A Igreja Católica decidiu que uma reforma era necessária, e chamou astrônomos para propor alterações no calendário oficial.
No Concílio de Trento, em 1545, foi dada autorização para a reforma fosse feita - e após anos de cálculos e discussões, o papa Gregório 13 ordenou que o dia 4 de outubro de 1582 fosse o último do calendário juliano. O dia seguinte seria uma sexta-feira, 15 de outubro: 10 dias foram omitidos.
Para que houvesse precisão a longo prazo, foi adotada uma fórmula sugerida pelo cronologista do Vaticano Aloysius Giglio, segundo a qual a cada quatro anos ocorre um ano bissexto a não ser que o ano represente a virada de um século (como 1700 ou 1800). Os anos seculares só são considerados bissextos se forem divisíveis por 400 (como 1600 e 2000). Essa regra eliminava três anos bissextos em quatro séculos, tornando o calendário suficientemente preciso. Assim, o atraso de três dias em cada 400 anos observado no calendário juliano desaparecia.
Boatos de que houve protestos contra a adoção do calendário gregoriano - sob gritos de "deem nossos 11 dias de volta!" - são mencionados em alguns livros de história, porém não há confirmação de que tenham mesmo ocorrido. A reforma gregoriana não foi adotada no Ocidente de maneira imeditada. Apesar de muitos países católicos terem adotado o novo calendário papal logo em 1582, os príncipes protestantes da Europa preferiram ignorar a bula e continuaram a utilizar o calendário juliano. Apenas em 1700 a Alemanha e os Países Baixos passaram a usar o novo calendário. No Reino Unido e suas colônias, a mudança só aconteceu em 1752.
Apesar da larga adoção atual do calendário gregoriano, ainda há falhas: mesmo com a regra revisada sobre anos bissextos, um ano no calendário gregoriano tem aproximadamente 26 segundos a mais que o período orbital da Terra. Essa discrepância, porém, só significa um dia a mais a cada 3,323 anos.
1.582>>>3.323 .....04 de outubro de 2016-10-04, já se passaram 434 anos.
ESTUDOS QUE CONTO
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Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador



sábado, 13 de fevereiro de 2016

O SIRI E O LINGUADO

O LINGUADO E O SIRI

SIRI
&
LINGUADO

Consta-se que Nossa Senhora, estava por atravessar o mar e chega a beira da praia.
Então, depara-se com o linguado e pergunta; limguado, a maré enche ou vasa?
O linguado, fazendo-se de mal entendido,  com a boca cheia e torta, a remedia e responde com escárnio: linguado, a maré enche ou vasa?
O siri, que estava por perto, assiste a cena e oferece a travessia à Nossa Senhora, em cima de seu casco.
Nossa Senhora agradece e diz ao siri; mas você é tão pequeno siri.
Mesmo assim, o siri insiste e Nossa Senhora, sobe no seu casco e faz a travessia do mar.
A lenda diz que, a resposta do linguado, o fez ficar com a boca cheia e torta, da forma como remediou a Nossa Senhora.
Já o gesto do siri, o fez abençoado com a imagem de Nossa Senhora no seu casco.
Esta lenda é conhecida e falada em todo o litoral de Santa Catarina.
Na região de Sombrio-SC, sul do Estado, alguns dos mais antigos pescadores, só pescam o siri para comer. Quando os prendem nas redes e não desejam come-los, os devolvem ao mar, com o maior cuidado e com todas as garras, em respeito por ser abençoado por Nossa Senhora.
No litoral da Grande Florianópolis e Ilha de Santa Catarina, nativos e pescadores, comentam que o linguado foi amaldiçoado, por isso tem a boca torta.

“Mas, será mesmo, que o linguado foi amaldiçoado?  
Ou abençoado com as costas tão largas e de  carne tão nobre?
Apressa-se o mané pescador a dizer; não, não, foi castigado sim, pois ficou com a cara torta!!!.”


Interessante, não?

CONTOS QUE CONTO
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Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador



sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016


 MASSIAMBU
 &
PASSAGEM DO MASSIAMBU

Vamos entender um pouco do porque massiambu.
Este nome é de origem tupi guarani, linguagem falada pelos índios carijós da tribo dos tupi guarani, que habitavam o litoral do Estado de Santa Catarina.
Rio e localidade, que atualmente, integram o território do município de Palhoça.

  1. Dicionário tupi guarani
  2. Massiambu: Talvez provenha também de imbiaça-yembó a foz do regato ou de y-bem-açá-ybu o rio da barra.
  3. Aboçápecaú: nome de numa taba encontrada na ilha de Santa Catarina pelos primeiros conquistadores. Aboçá é corrupção de Imbiaçá que vem de Mbé - açaba -
  4. a saida do caminho , o porto ; peca significa pato e U significa,
  5. água, rio. Donde temos:
  6. Aboçá-peca-u ou Mbê-açaba-peca-u que se transformou no Massiambú. Dos
  7. nossos dias e que interpretamos caminho do rio do pato.
  8. Massiambu: Veja Abocepecau. Talvez provenha também de imbiaça-yembó a
  9. foz do regato ou de y-bem-açá-ybu o rio da barra.

Passagem do Massiambu é uma  área de manguesais, restinga e dunas, às margens do lado direito da foz do rio e pequeno afluente.
 A partir da década dos anos 60 do século XX, começa a sofrer invasões desenfreadas de ocupações irregulares e moradias, destruição e ocupação de dunas,  assim como, a pesca predatória, dado a abundância de peixes, camarões, berbigões e outras espécies.
Essas invasões, acentuam-se a partir dos anos 70, inclusive na pesca artesanal irregular, constituindo-se numa comunidade predadora, que vem levando gradativamente, à excassez e o desaparecimento de espécies e criadouros da fauna fluvial e marinha. 
Exemplos., camarão, robalo, linguado, berbigão e outros mais......

Praia do Sonho - Vista Aérea.jpg

Massiambu ou o rio da barra(Maciambu)
A expressão pato,  vem dos primeiros navegadores, que denominaram os índios carijós de índios patos. Ilha dos Patos ( SC), Lagoa dos Patos (RS)

CONTOS QUE CONTO
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
              -dito popular-                                         
Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador







sábado, 23 de janeiro de 2016

O BURACO DO BOI

O BURACO DO BOI
Costão da Ilha do Papagaio
Palhoça-SC

O buraco do boi, ao fundo, uma ponta da Ilha de Santa Catarina,  do além Praia de Naufragados e as ilhas Tres Irmãs, assim conhecidas.
Foto: Tiago Machado...17/01/2016

Conta-se em nossa região e por pescadores do lugar, além de muitos outros aficionados pela pesca de finais de semana, que O BURACO DO BOI é o melhor pesqueiro de linha e de caniço do costão da Ilha do Papagaio.
E, realmente o é, pois eu mesmo, em inícios da década dos anos 90(sec. xx), ali pesquei garoupas, badejos, sargos, marimbais e outros peixes.
Agora, imagine o lugar de pesca  nas décadas de 50/60 e 70 e o nº de pescadores artesanais, atraídos pela fartura de garoupas e badejos.
Diz-se no lugar, que o nome BURACO DO BOI, vem de uma tragédia ocorrida com um boi, que despencou do penhasco, quando pastava na pastagem da ilha, morrendo nesse buraco entre as pedras do costão.
Para os mais antigos, a história é conhecida desde os tempos da Guarda e Defesa da Ilha de SC, sediada na Fortaleza até 1894.


O buraco tornou-se tenebroso pelas vidas humanas ali tragadas, em conseqüência das cheias ondas do mar aberto, que surpreende os pescadores de linha e de caniço, menos desavisados.

Contava Senhor Bileca(pescador nativo da família Siriaco), que lembrava de 8(oito) mortes no local, tragados pelas cheias surpreendentes.

Diante do tenebroso, contudo, há uma façanha, sorte ou milagre de alguém, que merece registro, pois mesmo sendo tragado pelas cheias, conseguiu salvar-se.
Esse alguém, trata-se do Senhor Julio Cesar Linhares (o Cesar do restaurante), então proprietário de um boteco em cima do areial da Ponta do Papagaio.
Ele  saiu para pescar e trepou numa pedra de acesso, bem junto ao BURACO DO BOI.
Acomodado na pedra com o caniço a pescar, quando foi surpreendido por uma cheia, que o levou ao buraco e na volta, o repucho o tragou para dentro do mar.
Sem saber nadar, mas lúcido depois que boiou, viu o caniço a boiar no seu lado e a ele agarrou-se.
Começava então, a sua tábua(caniço) de salvação.
Enquanto isso, um casal que estava nas proximidades e presenciou o ocorrido, fez com que, o homem viesse buscar socorro.
Ao saber da notícia, Senhor Bileca, apressou-se e saiu a pé pelo costão. Na metade do trajeto, cansado de pular pedras, avistou boiando uma carteira de cigarros e entristecido pensou, o Cesar morreu.
Depois de 45 minutos, já entre o canal da Fortaleza e a Ilha, Cesar e o caniço salvador, foram resgatados pelo pescador Aderbal Siríaco(Deba) e outro, que chegaram de lancha ao local do mar revolto.

Conta Cesar (71 anos), que o ocorrido foi no dia 15/01/1993, data comemorativa de Santo Amaro, de quem é devoto e que, ainda não aprendeu a nadar.

A Ilha do Papagaio, está unida ao lado continental por um pontal de areia semicircular pela ação da natureza, formando duas praias.
O nome papagaio, vem do formato de um bico de papagaio de uma pedra, frontal a Fortaleza de Nossa da Senhora da Conceição, na ilha de Araçatuba.
Essas duas praias, formam o lugar Ponta do Papagaio, sendo a praia de fora de mar aberto, mar grosso e a praia de dentro, a Praia do Sonho ligada a baia sul entre o lado continental (restinga) e a Ilha de Santa Catarina.
Um lugar paradisíaco do litoral catarinense
e


Contos que conto
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
              -dito popular-                                         
Texto: Gilberto J. Machado
              Historiador