terça-feira, 10 de maio de 2016

ZOMBARIA DA PROCISSÃO DOS PASSOS


O HUMOR NAS OLARIAS-3

ZOMBARIA DA PROCISSÃO DOS PASSOS
E O ESTOURO VEIO DO CEU


Essa história ou estória era contada por meu avô(Ricardo Crispom dos Santos(1901-1987), que na época ainda adolescente, aprendia o ofício de oleiro nessa olaria.O episódio, foi comentado em décadas posteriores, por outros dos arredores, em épocas ou não, quando da Procissão, vindo logo a silenciar pelos tementes, pois encaravam com muito respeito, o  castigo pela zombaria.
 A olaria, localizada na Ponta de Baixo, em que, dos filhos do proprietário, 7(sete) deles eram oleiros.

-Oleiros ainda jovens, todos os filhos trabalhavam em todos os afazeres da olaria. Gente de boa índole, mas excessivos brincalhões, faziam escárnio de tudo o que viam nos outros.
Um certo dia, no descanço do almoço, inspirados na Procissão dos Passos, resolveram encenar o calvário de CRISTO e, em tons de zombaria, fizeram uma cruz com tábuas da olaria.
Um deles, pôs-se com a cruz às costas, como se fosse o CRISTO. Outro com um açoite  ao lado, imitava um soldado romano, outros acompanhavam o cortejo, enquanto outros zombavam a distância no pátio da olaria.
A zombaria se fazia, quando um estouro tipo estrondo de trovoada ecoou do céu, fazendo com que, todos corressem assustafos para dentro da olaria em busca de proteção.
A partir de então, desfêz-se a zombaria, silêncio entre eles se fez. De repente, um deles quebra o silêncio, atribuindo o estouro que veio do céu, à um castigo do Senhor. Esse castigo pelos tementes foi entendido, diante do dia de sol que fazia. Cruz credo...
A partir de então,
o respeito imperou,
jamais se fez zombaria
com a Procissão do Senhor

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Agora, vamos conhecer um pouco da origem da Procissão dos Passos.

-A Irmandade do Senhor dos Passos, localiza-se na Capela  do Senhor dos Passos (assim chamada), no Morro da Cruz, cruzamento da entrada do caminho da Ponta de Baixo com o caminho de cima (assim chamado), a ex-estrada geral Fpolis-Lages e também para o Rio Grande do Sul.
-Aos fundos da Capela, o cemitério dos Irmãos, administrado pela própria Irmandade. Anexo a Capela, a Sacristia, o escritório e nas laterias de forma independente, a Casa Mortuária e um salão de festas.
-A Irmandade, caracterizáva-se pelo vestimento da Ópa( de cor rocha ), em todas as solenidades, fossem elas Diretivas, festivas, religiosas ou fúnebres.
-Para os que não faziam parte, era chamada de “OS AMIGOS DA ÓPA”.
-A procissão do Senhor dos Passos pela Irmandade do Senhor dos Passos em São José- SC, remete-nos a meados do século XIX.

Glossário
Opa – (veste), um tipo de capa sem mangas.

Contos que conto
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
              -dito popular-                                         
Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador




sábado, 7 de maio de 2016

O HUMOR NAS OLARIAS-2

O HUMOR NAS OLARIAS-2

“Essa cachaça parece que tem sali...? (sal)”
Conão & Dodô
Uma dupla de oleiros afinada no dia a dia da olaria.

Diariamente madrugavam, começavam muito cedo na produção das louças de barro.
Mas, tinham lá seus costumes matinal  na chegada a olaria. Antes de qualquer atividade, tomar um trago de cachaça.
Para isso, compravam ½ garrafa de cachaça na venda do Adelerme e escondiam num lugar da olaria, que somente os dois sabiam, sem que, qualquer outro oleiro visse o local.
Numa noite fria de vento sul, um dos outros oleiros que costumava tarrafear a val, molhado e com frio, resolveu procurar e achar a cachaça escondida, tomar um trago para matar o frio.
E achou a garrafa escondida no tubo de uma manilha e tomou um gole, um bom trago.
Para não deixar suspeitas, foi até a praia e completou a garrafa com água do mar e foi embora.
Logo depois, ainda na madrugada, Conão & Dodô, chegam para trabalhar e logo vão de encontro a ½ garrafa de cachaça.
Conão, isganado e guloso por cachaça, como de costume, toma seu trago de fazer bochecha para sentir o sabor e depois engolir.
Ao engolira, sentiu que estava salgada e diz ao Dodô, parece que tem sali....
Dodô, por sua vez, tomou também o seu trago e diz; é mesmo, tem sali...
Resolveram então, reclamar da cachaça salgada ao Adelerme, dono da venda, pois segundo eles, tinha ele derramado sal no garrafão ........rsrsrsrsrsrsrsrsrskkk

Homenagem aos saudosos personagens
Ricardo Crispim dos Santos – Conão, oleiro
Arnoldo Silveira de Souza – Dodô, oleiro
João Machado Neto – Ninho, oleiro e tarrafas a val
Adelerme da Silveira – dono de venda na Ponta de Baixo.

Dodô & Conão, Conão & Dodô, uma dupla de oleiros, que mandava ver nos trabalhos das louças de barro. Juntos madrugavam durante a semana e trabalhavam até aos sábados ao meio dia.
Aos sábados a tarde e domingos pela manhã, o lazer nas vendas do lugar, uma boa cachaça e jogos de dominó.
Aos domingos pela manhã, eu como neto e outros guris, chegávamos perto dos dois, em busca de umas balas, desejo de criança.
Conão & Dodô, cheios de farra, agradavam toda a gurizada.
Conão, cheio de graça, cantava o seu refrão: “ecô, dá a bença(benção) pro vovô, quem paga é o Dodô”!!!
E o Seu Dodô na resposta do refrão; “Conão não dá” !!!
E logo depois, um punhado de balas era distribuido para a gurizada e saíamos a pular de alegria.

Contos que conto
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
              -dito popular-                                         

Texto: Gilberto J. Machado

domingo, 1 de maio de 2016

O HUMOR NAS OLARIAS-1


O HUMOR NAS OLARIAS-1
DEUS DISSE: “comerás e te alimentará, mas pão seco não serve de alimento”

Como ganhavam por peças que produziam (porcentagem assim chamada), os oleiros madrugavam, ou seja, começavam a produzir entre 4:30 e 5:00 horas da manhã.
O café da manhã entre 7:30 e 8:00 horas, cada um fazia o seu lugar de refeição num canto da olaria.
Alguns já traziam o café de casa, outros, pela manhã, recebiam de familiares que levavam até as olarias.
Todavia, a curiosidade de alguns em espiar o que o outro comia, estimulava ditos e brincadeiras, especialmente na qualidade do café de cada um.
Uns porque faziam economia e o café era fraco, a base de pão seco(pão sem mistura ou sem a famosa ximia). Outros porque o café era com boas misturas, ovos mexidos e até pirão de água escaldado com carne de sol(sim no café da manhã).
Numa manhã de 1957, na olaria de Germano Truppel, o oleiro Delaudino Silveira de Souza(Seu Dino), percebendo que um dos outros oleiros sempre comia pão seco no café, levantou-se e em voz alta, fala para todos; DEUS disse: “comerás e te alimentarás, mas pão seco não serve de alimento”

“Até a década dos anos 60 do século passado, a localidade de Ponta de Baixo no município de São José-SC, sediou mais de uma dezena de olarias de louças de barro”

Contos que conto
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
              -dito popular-                                         
Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador