GALINHA
CAIPIRA
A GULA DOS
BICHOS
uma penosa
em disputa
Nos
tempos de bola e porque não dizer futebol de várzea, esporte que os unia e
fascina, um tal graxaim e uma raposa, reunem-se quase que semanalmente para
contar proesas de suas caçadas, conquistas, bater um papo agradável, fazer e
saborear uma boa comida.
Mas,
graxaim e raposa, gostam de bola? Sim, diz a raposa. Ih,ih,ih...neste País do
futebol, tudo é possível, até entre os bichos de bom paladar. Entre sorrisos
marotos, abrem o jogo, pois o encontro mesmo, estava centrado numa galinha
caipira ensopada.
Num
desses encontros na morada do graxaim e a sóz, resolvem fazer uma galinha
caipira ao molho, acompanhada de um bom macarrão.
Entre
outras guloseimas, a galinha ou o frango, sempre é o prato predileto da raposa
e que leva o graxaim, não menos guloso
aos afazeres do fogão. O graxaim com toda a sua soberba e para
conquistar ainda mais a confiança da raposa, faz-se do melhor cozinheiro desse
prato, além de esbanjar ser o melhor em tudo aquilo que faz
Enquanto
combinavam o fazer para comer, a raposa
com sua sutileza, esboçava um papo engasgado nem sempre compreendido, sobre o
jogo de bola. Mas o graxaim o interpela com conversas cruzadas e a raposa
sutilmente põe-se a ouvir.
Ao
retirarem o congelado do freezer, constatam ser uma galinha pequena, contudo
ideal para saciar o apetite dos dois. Uau, uau, uau.....que alegria, somente
para nós dois, o rango será perfeito, uau, uau, uau....
Depois
de temperada, levam a galinha ao fogo. E
o papo continua a rolar..... Logo depois, o ensopado começa a cheirar, àquele
aroma gostoso.
Inexperadamente,
aparece a visita do gambá, que bate a porta da morada.
Um
silêncio mometâneo entre os dois, pois sabem que o gambá além de guloso,
escolhe as melhores partes da galinha para comer.
Antes
de abrir a porta, rapidamente resolvem tirar a panela do fogo e esconder para não dividir a galinha com o gambá. Ao
mesmo instante, resolvem jogar um pouco
de carvão no assador ao lado e deixar a vista no desgelo, uma costela magra de
boi.
Feito
isso, abrem a porta e recebem o gambá
com abraços e cheios de sorrisos para não mostrar a insatisfação com a visita
inexperada.
O
gambá, meio mamado, desajeitado e cheio da fome, logo sente o cheiro da panela
e pergunta; hummmm.......estão ensopando
uma penosa?
Mais
que depressa, a raposa intervém com aquele engasgo; ih,ih,não,não gambá, nós
vamos fazer aquela costela que está ali no desgelo, não é graxaim? E o graxaim
complementa; é, e a costela vai demorar, agora é que começou a descongelar!!!!!
O
gambá, manhoso como semre e esperto, sentiu o clima, torceu o nariz, agradeceu
pela costela, mas não quiz esperar, despediu-se e foi embora.
Tão
logo o gambá desapareceu no caminho. Ufa, ufa, aos sorrisos, o graxaim e a
raposa se enchem de alegria. Agora a galinha vai voltar pro fogo. É rango só
pra nós dois, o gambá que vá bater noutro lugar. Uau,uau,uau,uau......
Moral da história: Somos
diferentes?
Esta crônica é uma obra de ficção. qualquer semelhança com história real,
será mera coincidência.
Contos
que conto
Quem
conta um conto, aumenta um ponto . º
-dito popular-
Texto:
Gilberto J. Machado
Historiador
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