CHICO curto
&
CHICO ratoeira
Esses
dois Chicos, são personagens de São Jose da Terra Firme.
Viveram histórias
antagônicas e de formas divertidas em suas maneiras de viver, que de forma
jocosa, eram sempre assemelhados pela vizinhança.
Chico Ratoeira, muito divertido,
trabalhava de pedreiro e por todos era conhecido pela sua alegria e
descontração no trabalho. Sempre cantarolando no trabalho, dava aquela paradinha ao passar um rabo de saia. Na verdade, se
considerava um esperto, um namorador, as vezes tecia elogios ao rabo, não a
saia.
A música era o seu
divertimento, não tocava muito bem, mas sempre estava acompanhado de seu
violão. Às noites, ah, às noites, estava em todas, gostava da farra, um bom
vivan.
Se algum homen se
assemelhasse na sua maneira de ser, em casa ou na vizinhança, era logo chamado
de Chico Ratoeira.
As mulheres então,
logo comparavam qualquer atitude suspeita dos maridos ou namorados, estás te
assanhando muito, até pareces com o Ratoeira???!!!
Chico Curto,
um indivíduo de estatura
pequena, por isso curto. Era metido a carpinteiro, fazia alguns brinquedos de
madeira e vivia de vendas ambulante.
Muito
religioso, de fé católica, era figura assídua na procissão do Senhor Morto, que fazia o calvário da Igreja do
Senhor dos Passos, localizada na entrada da Ponta de Baixo, até a Igreja Matriz
na sede do município.
A
pedido do Pároco, construiu a escada de madeira com 2 degraus para a subida da
Verônica, que fazia o seu ritual cântico com o desenrolar da
toalha com a face de Jesus.
Chico
acompanhava a procissão, carregando a escadinha nas mãos, sempre pronto a
colocá-la em posição para a subida da Verônica.
Metido
nos trabalhos de carpintaria, foi marcado pela feitio de um viveiro na chácara de sua casa.
Meteu-se
a construir o viveiro e a lida foi o dia todo. Já ao anoitecer , o filho chega
em casa e pergunta a mãe pelo pai. Está lá nos fundos, fazendo um viveiro. Mas
até essa hora?, diz o filho, já escureceu?
Então
juntos, vão até o local do tal viveiro e deparam-se com uma cena de se cagar de
rir. O Chico
estava preso dentro do cercado. A mulher
aos risos lhe pergunta, não me diz que te pregasse aí dentro?
Pior
que sim, mas não conta pra ninguem, esqueci de fazer a porta e estou a
despregar para daqui sair.
Essa
burrice vazou e virou galhofa na vizinhança. A partir de então, todo e qualquer
cercado que se faz em São José, ainda há quem lembre da prisão do Chico Curto.
Contos que conto
Quem
conta um conto, aumenta um ponto . º
-dito popular-
Texto:
Gilberto J. Machado
-Historiador-