sábado, 4 de fevereiro de 2017

CACOS DE INFÂNCIA


CACOS DE INFÂNCIA
FILHOS DAS OLARIAS
nos versos do mané

Ah, como gostaria de voltar a ser criança
Juntar cacos na areia da praia e fazer tudo de novo
Ao mar sereno arremessá-los, imitando os peixes rei
Aqueles cacos bem polidos, alguns em forma de ovo
Ainda na memória guardo, do jeito que arremessei

Com  as mãos cheias de cacos
Eram brinquedos que se brincava
Da alegria que se sentia
Quando o caco no mar pulava e saltitava

Aos poucos, outros iam chegando
Todos juntavam seus cacos, a virar competição
Os cacos tipo peixinhos, iam sendo contados
E quem mais fazia peixinhos, se sagrava campeão

Hoje se pergunta, onde estão todos os cacos?
Que desapareceram das praias?
Para quem lembra o tempo do pote e do jarro
Sumiram como as olariasde louças de barro

Sim, os cacos eram pedaços
De louças de barro que se quebravam
E que não serviam para vender
Então, nas praias e ao mar eram jogados
Como forma de se desfazer

Quase dois séculos depois
Surrados na praia pelas ondas de maré cheia
Os cacos da ignorância
Viraram brinquedo de criança!


Contos que conto
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
              -dito popular-                                         
Texto: Gilberto J. Machado
                  -Historiador-