CACOS
DE INFÂNCIA
FILHOS
DAS OLARIAS
nos
versos do mané
Ah, como gostaria de voltar a ser criança
Juntar
cacos na areia da praia e fazer tudo de novo
Ao
mar sereno arremessá-los, imitando os peixes rei
Aqueles
cacos bem polidos, alguns em forma de ovo
Ainda
na memória guardo, do jeito que arremessei
Com
as mãos cheias de cacos
Eram
brinquedos que se brincava
Da
alegria que se sentia
Quando
o caco no mar pulava e saltitava
Aos
poucos, outros iam chegando
Todos
juntavam seus cacos, a virar competição
Os
cacos tipo peixinhos, iam sendo contados
E
quem mais fazia peixinhos, se sagrava campeão
Hoje
se pergunta, onde estão todos os cacos?
Que
desapareceram das praias?
Para
quem lembra o tempo do pote e do jarro
Sumiram
como as olariasde louças de barro
Sim,
os cacos eram pedaços
De
louças de barro que se quebravam
E
que não serviam para vender
Então,
nas praias e ao mar eram jogados
Como
forma de se desfazer
Quase
dois séculos depois
Surrados
na praia pelas ondas de maré cheia
Os
cacos da ignorância
Viraram
brinquedo de criança!
Contos que conto
Quem conta um conto, aumenta um ponto . º
-dito popular-
Texto: Gilberto J. Machado
-Historiador-
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