quinta-feira, 23 de maio de 2013

O BOI QUE VEIO DO MAR

O BOI QUE VEIO DO MAR =PASQUIM= SÃO JOSÉ O Caminho da Ponta de Baixo dos Oleiros e das Olarias Aconteceu numa manhã de quarta-feira, agosto de 1957 nas Praiazinhas do Zequinha, do Vino e do Dodô. E foram todos para a praia do Dodô, pois só se viam, os galhos que se moviam. O mar estava sereno Só os galhos que se moviam Era um boi que fugira E na praia aparecia O Zequinha vinha da pesca Que quase não deu em nada Mas pegou o boi pelas aspas Lá na pedra rachada A filha do Zequinha Foi correndo pela praia Por causa do boi Espetou-se numa arraia. O boi tava na água A farra foi a vau O turrum tava pousado E o gato fazia miau. E a Bia do Doca Que estava ali na praia Fugiu em disparada Que rasgou a sua saia O boi subiu na laje Do pasto ele escapou Foram todos para a praia Ninguém mais trabalhou A farra tava animada Que virou grande folia Ninguém mais trabalhou Pararam até as olarias O dono do boi apareceu Todos correram que nem louco Que tristeza que deu Tudo que é bom dura pouco ................................................................................................................... Nota: Esse pasquim foi fixado nas portas das vendas na mesma noite, após o acontecimento. Passado algum tempo, quando o assunto esfriou, descobriu-se que o autor desta sátira, foi o carroceiro João Bertolino de Aguiar, dono de mulas e carroças, que fazia fretes e venda de louças para as olarias. O boi fugiu de Campinas, pasto alugado pelo Zé Bernardo, tropeiro puxador de tropas de gado da serra e tinha matadouro na estrada geral de Picadas do Sul, atual rua Luis Fagundes. O boi era um curísco de brabo, proesa que o fez nadar mais de 3(três) Km, até chegar nas praias da Ponta de Baixo. Assim que a notícia chegou ao dono, cavaleiros a laço levaram o fugitivo. ................................................................................................................. GLOSSÁRIO Pasquim – texto satírico colado em lugar público Filha do Zequinha – Zenaide Odete Machado Arraia – peixe de esporão aguçado, pescado por seu pai. Ainda hoje possui a marca do esporão na perna. Turrum – nome de um passarinho comum da região e apelido do oleiro Janga Boca. (João Estevão da Silva) Gato – apelido do oleiro Osni Albino Ramos Doca – apelido do oleiro João Cesário de Maria. .............................................................................................................. São José da Terra Firme O Caminho da Ponta de Baixo dos oleiros e das olarias Tempos de arte e talento, pasquim e brincadeiras da farra do boi ............................................................................................................. Contos que conto Quem conta um conto, aumenta um ponto . º -dito popular- Texto: Gilberto J. Machado Historiador

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