sexta-feira, 28 de março de 2014

TRAPICHE DE SÃO JOSÉ



TRAPICHE DE SÃO JOSE-SC

Foto oferecida pelo Historiador Osni Antonio Machado

O trapiche de São José foi concluído em 1859 na gestão do então Presidente da Província de Santa Catarina, Dr. João José Coutinho.
A conclusão se dá com a feitura das escadas para facilitar o embarque e desembarque em ocasiões de marés baixas, observação feita no relatório de 1958, além de reparos e proteção de madeira em resistência aos fortes ventos do sul.

Fonte: Provincial Presidential Reports (1830-1930):
Santa Catarina

A construção do trapiche se dá em 1858 e 1859. O acesso, assenta-se no acrescido de marinha sobre pedras do mar de um terreno frontal a rua Gaspar Neves e a Praça Hercílio Luz. A área,  indica pertencer ao Estado de Santa Catarina, atualmente ocupada pela Praça Arnoldo Souza, ex-prédio da Prefeitura Municipal de São José, hoje ocupações da Cãmara Municipal e um ginásio de esportes municipal.
Esta área, outrora sugere pertencer a um particular e tem assento no registro de Imóveis de São José, adquirida pelo Estado de Santa Catarina.
Sendo de interesse público, merece pesquisa junto a Secretaria de Estado da Administração-Diretoria de Administração Patrimonial, pois lá existe uma certidão de uma área na Rua Gaspar Neves, pertencente ao Estado de Santa Catarina.
Essa área merece pesquisa de localização, podendo ser essa ou não, mesmo assim o
Estado possui uma área na Rua Gaspar Neves.
Por muitos anos, a área direcionada ao trapiche, era utilizada como campo de pelada(bate bola de futebol).
Em 1937/38, a força do futebol varzeano na sede do Município, leva a Prefeitura Municipal a construir um campo de futebol no local, que passa à ser utilizado pelo Ipiranga F.C., fundado em 1938.

Comentário

Há muito em ruínas, o trapiche foi o ponto de carga, descarga e comercio entre a próspera Vila de São José e a cidade de Nossa Senhora do Desterro na Ilha de Santa Catarina.
No aspecto cultural, merece estudos de viabilidade de revitalização ou reconstrução, dentro de novas perspectivas de utilização. Exemplo: o transporte marítimo entre a ilha e o continente.


Contos que conto    
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
              -dito popular-                                         
Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador

terça-feira, 25 de março de 2014

SANTA CATARINA




Santa Catarina, BRASIL MERIDIONAL



As dimensões territoriais abrangem uma área de 95.736,165 km²,13 sendo maior do que Portugal.



Em 2010 conforme pesquisas do IBGE, a população de Santa Catarina era de 6,25 milhões de habitantes.



Em 27/03/2004, registrou-se um dos maiores fenômenos da natureza no Estado. A passagem de um furacão no sul do Estado, arrasando o município de Balneário Gaivotas. O fenômeno recebeu o nome de Furacão Catarina.



Em 27/03/2014, 10 anos depois, os vestígios da destruição ainda são observados no município, assim como, sobreviventes relatam os seus testeunhos e agradecem por estarem vivos.



Contos que conto

Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º

              -dito popular-                                         

Texto: Gilberto J. Machado

                   Historiador




quarta-feira, 12 de março de 2014

PONTES DO RIO MARUHY






PONTES DO RIO MARUHY
São José-SC
1851-1859-2002


Em conformidade a Relatórios Provinciais, a partir de 1835, pontilhão com pranchões de madeira, antecederam a construção da primeira ponte de madeira no Rio Marhuy, que serviam apenas para travessia de transeuntes a pé.

A primeira Ponte do Maruhy, assim escrita em 1851, na localidade de Ponte do Imaruhy no município de São José, foi inicialmente construída de madeira e concluida por conta do Ministério do Império, para a qual, teve a colaboração dos povos da região com a doação de alguns madteriais.

Falla que o presidente da provincia, o Exmo. Sr. r. João José Coutinho, dirigio á Assembléa Legislativa da mesma provincia, por occasião da abertura da sua sessão ordinaria, em o 1.o de março de 1851. Cidade do Desterro, Typ. do Novo Iris, 1851.

Em 1858,  na estrada do litoral deu-se princípio a construção da ponte do Maruhy de alvenaria e abóboda de tijolos em substituição a de madeira de 340 palmos, que já estava danificada.

A ponte terá 16 arcos de tijolos, fundados em pegões de alvenaria, principiada em 18 de novembro de 1857, espero vê-la concluída até o final do ano subsequente, se o tempo for favorável aos trabalhos.

Falla que o presidente da provincia de Santa Catharina, dr. João José Coutinho, dirigio á Assembléa Legislativa Provincial no acto da abertura de sua sessão ordinaria em o 1.o de março de 1858.

Em 1859  na estrada do litoral, concluiu-se a em julho a grande ponte do Maruhy, que foi principiada em novembro de 1957, tendo 342 palmos de comprimento. Também foram construídas as rampas de entradas e saídas do lado sul e norte de ligação com a referida ponte.



Falla 1859



Essa ponte em arco de tijolos, manteve-se ativa até fins da década de 90 do século XX. Nos anos de 1990 do século XX, era notório sua deteriorização pelo tempo de uso e colocava em risco o trânsito entre São José e Palhoça.

Após análise de engenharia, sob a administração e custos da Prefeitura Municipal de São José, uma nova ponte foi projetada.

Em 1998, fortes chuvas na região e a força da águas do Rio Maruhy, destruirão parte da cabeceira e 2 arcos  e a rampa pelo lado de Palhoça.

Acelerou-se o processo de construção de uma nova ponte. Uma nova ponte de colunas e pré-moldados de cimento armado e asfaltada na sua pista. Foi constrida também, uma nova pista asfaltado de acesso pelo lado de São José. As obras foram inciadas em 2000 e concluídas em 2002.

Em 2002, a nova ponte do Maruhy foi inaugurada no período de  administração 1996-2004 do Prefeito Dario Ellias Berger.

A velha ponte com 138 anos de serventia, construída em arco de tijolos e de forma artesanal, encontra-se em ruínas e destruída em mais de sua metade pela ação das águas do Maruhy, a espera pela demolição do tempo.






Contos que conto

Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º

              -dito popular-                                         

Texto: Gilberto J. Machado                                                                                                                                                 

                   Historiador












terça-feira, 11 de março de 2014

GUARDA DO EMBAU




GUARDA DO EMBAU

&

RIO EMBAU & RIO DA MADRE



Distrito de Enseada de Brito – Palhoça,SC



Vamos conhecer um porco da história do Rio Embau,  a partir do século XIX com a chegada dos colonizadores luso-açorianos circunvizinhos ao rio. Primiramente, vamos saber do porque Embau.



Embau é de origem tupi-guarani, linguagem falada pelos índios carijós, que habitavam o litoral de Santa Catarina. Na tradução para a língua portuguesa, Embu significa; rio oco, vazio, seco,diferente.

Fonte: Mini dicionário tupi-guarani



O Embau nasce entre pedras em formato de pilões, num chapadão do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, no município de Palhoça, local em que forma um divisor de águas com o município de São Bonifácio.

A partir da formação de suas águas de serra abaixo em direção ao mar, recebe águas de várias nascentes, que formam diversos riachos, que desaguam no seu curso, entre eles, o Rio Paulo Lopes.



Guarda, um lugar para se guardar, cuidar, proteger. O nome Guarda do Embau tem origem no local de depósito dos produtos produzidos pelos lavradores da Gamboa e circunvizinos do Rio Embau. Entre os produtos, destacavam-se os derivados da mandioca e dos engenhos de farinha(farinha de mandioca, cuscuz, bejú, etc....,), de cana-de-açúcar e dos engenhos de cana-de-açúcar(açúcar grosso, melado, etc..,), alambiques de cachaça(cachaças de garapa ou melado da cana-de-açúcar).

Esse depósito, localizáva-se nas proximidades da barra do rio e de um riacho não navegável, que desaguava no mar da Pinheira.

Embarcações da Villa de São José da Terra Firme, traziam louças de barro, como o pote para água, o alguidar, panelas,  boião, pichorras, pratos de se comer, cuscuzeiros, torrador de café e outras variedades de peças, para venda ou escambo(troca) com os produtos desses lavradores.

No princípio, esses produtos eram levados de canoas de garapuvu, até o depósito de guarda, depois carregados por carros de tração pessoal e de bois, até a praia da Pinheira. Depois, embarcados em hiates(botes) à remos e velas, ou lanchas baleeiras, para venda na Enseada de Brito, Villa de São José da Terra Firme e cidade de Desterro.

Mas, essa forma de transporte fluvial e baldeação por terra, encarecia muito os produtos. Então, os lavradores encontraram a alternativa de se propor a abrir um canal de navegação até a praia da Pinheira, através de um córrego, uma vala já  existente, que desaguava do Embau na enseada do mar da Pinheira.



Vamos conhecer a história do Canal da Independência



Em 1841, Cidade de Desterro. Presidente da Província de Santa Catarina, Brigadeiro Antero Jozé  Ferreira de Brito.



Através das Leis Provincial n. 17 e 36, atendendo reclames dos moradores lavradores circuvizinos das margens do rio Embahú, autoriza a abertura de um canal entre rio e o mar da Pinheira.

A barra do rio que sempre obstruída, provocava inundações constantes, além de alterar o seu curso natural. De comun acordo entre os moradores, a abertura seria feita pelos próprios moradores, com início no dia 7 de setembro, tendo a denominação de Canal da Indepência.

Iniciou-se com efeito a obra, mas pelas mãos de uma Tropa Militar que por ali passava, já que grande parte dos moradores excusaram-se do compromisso, em função das lidas com suas lavouras.

Mesmo assim, o cidadão Joaquim Jozé da Costa, destacou-se voluntarioso em atrair os moradores que se propusessem a participar dos trabalhos.

Ficou acordado que, os moradores que não participassem dos trabalhos e outros que depois da conclusão dos trabalhos, viessem a utilizar o canal, uma taxa seria cobrada.



Em 1842, os trabalhos de abertura do Canal da Independência continuam sem prejuízos para os cofres Público, com a expectativa de breve conclusão.



Falla que o presidente da provincia de Santa Catharina, o marechal de campo graduado Antero Jozé Ferreira de Brito, dirigio á Assemblea Legislativa da mesma provincia na abertura da sua sessão ordinaria em o 1.o de março de 1842. Cidade de Desterro, Typ. Provincial, 1842.



Em 1843, o Presidente da Província, relata na Assembleia Legislativa, a morosidade da abertura do Canal da Independência, em virtude da falta de compromisso de grande parte dos moradores, embora contando com a expressiva colaboração do cidadão Joaquim José da Costa em atrair colonos de suas lavouras nos trabalhos volunbtários.



Falla que o presidente da provincia de Santa Catharina, o marechal de campo Antero Jozé Ferreira de Brito, dirigio á Assemblea Legislativa da mesma provincia na abertura da sua sessão ordinaria, em o 1.o de março de 1843. Cidade do Desterro, Typ. Provincial, 1843.



Em 1844, ainda se trabalha no Canal da Independência para o aperfeiçoar e tenho a satisfação de informar-vos que estão desvanecidos os receios que alguns entretinham, de que, as águas do Embau nunca tomariam a direção da Enseada Pinheira.

Isto se verificou e eu vi canoas carregadas navegando pelo canal em direção a barra, mas como na ocasião em que elle se franqueou, estava o rio em demazia caudaloso com as águas das chuvas, não bastou o canal para dar-lhes saída e houve transbordamento para o mar grosso, ficando em parte seco o canal.

Acudiram então os moradores ao ativo cidadão Joaquim Jozé da Costa, para fazerem os trabalhos conducentes e impedirem a repetição desses transtornos, mas não o puderam concluir nesse tempo e eu mesmo os fiz despedir, não só pelas copiosas chuvas que então caíram, mas também pela carestia de mantimentos, que não havia como sustentar os trabalhadores.

Para que este último obstáculo não volte a aparecer, porque esta obra tem sido levada ao ponto que está, sem dispêndio dos cofres públicos, proponho que no Orçamento seja consignado a importância de quinhentos mil reis.



Falla que o presidente da provincia de Santa Catharina, o marechal de campo Antero Jozé Ferreira de Brito, dirigio á Assembléa Legislativa da mesma provincia na abertura da sua sessão ordinaria, em o 1.o de março de 1844. Cidade do Desterro

      

Em 1845, ainda tem-se por vezes trabalhado no Canal da Independência para deixá-lo mais largo e profundo na sua extensão de aproximadamente oitocentas braças(1.760,00m). Continua a sair e entrar por ele, canoas carregadas.

Preciso de auxílio financeiro para esta obra no exercício futuro de duzentos mil reis, unicamente para comestíveis, compra e conserto de ferramentas.





Em 1846, ainda continuam os trabalhos no Canal da Independencia, embora com excassez de recuros e de mão de obra voluntária dos moradores, matém esperanças de breve conclusão, diz o President da Província na fala à Assembléia Legislativa.



Falla que o presidente da provincia de Santa Catharina, o marechal de campo Antero José Ferreira de Brito dirigio á Assemblea Legislativa da mesma provincia no acto da abertura de sua sessão ordinaria em o 1.o de março de 1846. Cidade do Desterro”.


De 1847 à 1853, o Canal da Independência, não mais é mencionado nos relatórios de obras à Assembléia Legislativa pelos Presidentes da Província.
 Atribui-se a não menção em virtude da não liberação dos recursos previstos para manutençã do canal, durante as transições  do Presidente Interino e depois ao sucessor indicado pelo Governo Imperial, Doutor João José Coutinho.

Em 1854, após axames de avaliação, a Presidencia da Província, admite a viabilidade do Canal da Independência, aprovado por seu antecessor, obra que está bastante adiantada, podendo ser concluido com mais ou mesnos um ano de trabalho.
Se não para navegação de hiates(botes), pelo menos para canoas. Isso porque, os lavradores que levam seus produtos pelo rio Embau com canoas, tem que depois, fazer a baldeação para carros e chegar até a praia da Pinheira, tornando-se muito dispendioso.
O uso de canoas pelos lavradores da Gamboa e vizinhos dos rios da Madre e Paulo Lopes, seria de muita comodidade a todos, assim determinou o Presidente.
Sendo assim, é justo que eles façam a obra e a Província oferece as ferramentas e uma ração diaria de carne para cada pessoa.
Mesmo assim, como nem todos tem o mesmo brio e bom senso, para prestar boa vontade a serviço de seus interesses, preciso é que por Lei, os obrigue a prestar três dias de trabalho por mês, até a conclusão da obra.
Excetuam-se da Lei, menores de 12 anos e maiores de 70, alejados ou inteiramente incapazes por enfermidades psíquicas ou mental de qualquer serviço, impondo-se multas, que a pagarão na cadeia se não satisfizerem em 24 horas, podendo fazer-se substituir por outro bom trabalhador, aquele que  nisso tiver interesse.
Assim determinou o Presidente da Província de Santa Catharina.

Relatorio do presidente da provincia de Santa Catharina em 19 de abril de 1854. Pg.33

Em 1855, com esta Lei em vigência, o Canal da Independência foi mantido navegável por mais de um século.
Até inícios dos anos sessenta do século XX, o escoamento de produtos produzidos pelos colonos da Gamboa e circunvizinhos do Rio Emabu, teve passagem por essse canal em canoas carregadas, que chegavam a praia do mar da Pinheira.
Esse testemunho é lembrado pelo Senhor Ari Thomé de Souza (é1914) e sua mulher Dona Feliciana de Souza(é1929), nativos e moradores da localidade de Guarda do Embau.
RIO DA MADRE
Em 1854, o nome Rio da Madre, que é o mesmo Rio Embau é citado em documento Provincial.
Em 1848, com a conclusão da estrada do Morro dos Cavallos e a instalação de barreira no Passo do Massiambu, os melhoramentos e a construção da estrada do litoral, seguem rumo a Província de São Pedro(RS).
A partir de 1849, em substituição a frágil ponte de madeira, chamada por muitos de pinguela, a nova travessia do Rio Embau, começa a receber as grandes madres(vigas) de madeira começam a ser apoiadas nos robustos pilares(colunas) de madedira, na construção da importante ponte, que depois será batizada de Ponte do Rio da Madre.

Em 1850, conjectura-se que depois de pronta, o empreiteiro  constratado e os trabalhadores, a batizaram com o nome de Ponte do Rio da Madre. Logo depois do batismo, popularizou-se o chamado Rio da Madre, vindo a ser mencionada em documento oficial em 1854.


Com a implantação da BR-101 na década dos anos 70 do século XX, uma nova ponte de concreto armado, e novo traçado da BR, foi construída no Rio Emabu.

A velha ponte de madeira do Rio da Madre, foi desativada, servindo apenas aos transeuntes do lugar. Logo depois, por falta de manutenção, desmoronou-se pela ação das águas do Embau. Desde então, é chamada pelos moradores da localidade de ponte quebrada.

Desde então, a ponte da BR-101, duplicada em 2011/2012 no Rio Embau é conhecida como a Ponte do Rio da Madre.



 

Glossário

Braça – unidade de medida de braços abertos, equivalente a 2,2 m.
Massiambu – rio da barra, foz do regato, vem de uma junção de interpretações  da línguagem tupi-guarani, indígenas da tribo, que habitavam o litoral de Santa Catarina.
gamboa gam.bo.a - Trecho de rio em que as águas remansam, dando a aparência de lago tranquilo; camboa.

CONTOS QUE CONTO
Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º
              -dito popular-                                         
Texto: Gilberto J. Machado
                   Historiador