ENSEADA DE
BRITO
Distrito de Palhoça-SC
A partir da vinda de Dias Velho para a
Ilha de Santa Catarina, intensificou-se o fluxo de paulistas e vicentistas, que ocuparam vários outros
pontos do litoral.
Esse era o obejetivo da colonização do
Brasil pela Coroa Portuguesa. Laguna
estava no ponto mais meridional de fixação de território, dentro da Capitania
de Santana e ter o marco do Tratado de Tordesilhas assinado e 1494 entre
Portugal e Espanha, que delimitava as terras a leste para a Coroa Portuguesa e
a oeste para a Coroa Espanhola.
A partir de 1673, entre os vários
pontos de ocupação e povoamento, a iniciação projeta-se pelo lado continental,
frontal ao sul da Ilha de Santa Catarina. Pelo mar, o remanso da enseada, ideal para ancoragem das
expedições marítimas. Por terra, o ponto de paragem das bandeiras no sopé da serra, para travessia do massiambu(rio
da barra), rumo ao sul.
Entre 1674 e 1684, colonos vicentistas e
paulistas, constituem ponto avançado de ocupação e estabelecimento do lugar
enseada, assim como, chegam e se estabelecem em Laguna. Esse período de
ocupações litorâneas, levam aos fundamentos do lugar enseada, dentro do
objetivo inicial fixado de ponto mais meridional.
O planejamento do lugar, constata-se
pela arquitetura portuguesa da época.
Planejamento com características iniciais de povoamento, freguesia, vila e
cidade, ou seja, um largo(praça) central voltada para o mar, ao redor as ruas
laterais de fogo e ao fundo a casa de reza (capela, igreja).
Em 1684, é atribuído ao capitão
vicentista e bandeirante Domingos de Brito Peixoto, os fundamentos da Vila de
Santo Antônio dos Anjos de Laguna. Atribui-se também ao capitão vicentista e
bandeirante, o nome da enseada de “Enseada
de Brito” em sua homenagem, por seu breve estabelecimento no lugar, a
caminho de Laguna.
A relação dos luso-açorianos com a
Enseada de Brito, tem início a partir de 1750 com os casais de luso-açorianos,
fundadores de São José da Terra Firme, hoApós
o Tratado de Madrid de 1750, ficou estabelecido o direito do “UTI-POSSIDETIS” onde seria dono das
terras quem as ocupasse.
A
Coroa Portuguesa, antevendo este processo de ocupação, a partir de 1748 começou
a enviar levas de luso-açorianos para povoar esta área meridional praticamente
inabitada do país, expandindo seu território.
A
ilha de Santa Catarina era o último ponto de aguada, abastecimento e reparo das
naus, tendo sido escolhida como a porta de entrada deste movimento de destinação
e de ocupação.
A
partir de então, os luso-açorianos, são destinados para o litoral sul do
continente catarinense e da Província de São Pedro, hoje Rio Grande do Sul.
Em 1753, dessa
destinação, ocorre na Enseada de Brito,
o sepultamento de alguns luso-açorianos, mortos numa das maiores tragédias
marítimas que se tem registros na costa catarinense. Trata-se do
naufrágio de duas sumacas com 250
luso-açorianos, que tinham destino de fundar Porto dos Casais, hoje Porto
Alegre. O trágico naufrágio ocorreu na travessia da Barra do Sul, proximidades
de uma praia deserta da Ilha de Santa Catarina, que a partir dessa tragédia,
começa a ser difundida com o nome de ponta e praia dos naufragados,.
O
ocorrido foi provocado por um inesperado pampeiro com rebojo de vento sul.
Morreram
173 luso-açorianos, que foram encontrados na praia deserta da Ilha(naufragados) e praia do lado do
continente, hoje Praia do Sonho.
Nos
anos de 1500, há indicação para o nome de naufragados, referindo-se a
naufrágios de navios(galeões) ocorridos no local, que tinham destino de
explorar a Bacia do Prata.
No
cemitério da capela, hoje Igreja de Nossa Senhora do Rosário, há registros
desses sepultamentos.
A
expansão territorial traz conflitos com os índios Guaranis dos Sete Povos das
Missões, mesmo assim, os luso-açorianos chegaram até a Colônia de Sacramento,
hoje Uruguai, onde existe comunidades de
seus descendentes.
Glossário
Fogo – antigo significado de casa,
moradia
su·ma·ca
(holandês smakke)
(holandês smakke)
Embarcação rasa e ligeira, de dois mastros, usada especialmente na América do Sul.
Contos que conto
Quem
conta um conto, aumenta um ponto . º
-dito popular-
Texto:
Gilberto J. Machado
-Historiador-
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