segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

ENSEADA DE BRITO-Distrito de Palhoça-SC






ENSEADA DE BRITO

Distrito de Palhoça-SC



A partir da vinda de Dias Velho para a Ilha de Santa Catarina, intensificou-se o fluxo de paulistas e vicentistas, que ocuparam vários outros pontos do litoral.

Esse era o obejetivo da colonização do Brasil pela Coroa Portuguesa. Laguna estava no ponto mais meridional de fixação de território, dentro da Capitania de Santana e ter o marco do Tratado de Tordesilhas assinado e 1494 entre Portugal e Espanha, que delimitava as terras a leste para a Coroa Portuguesa e a oeste para a Coroa Espanhola.

A partir de 1673, entre os vários pontos de ocupação e povoamento, a iniciação projeta-se pelo lado continental, frontal ao sul da Ilha de Santa Catarina. Pelo mar, o remanso da enseada, ideal para ancoragem das expedições marítimas. Por terra, o ponto de paragem das bandeiras no sopé da serra, para travessia do massiambu(rio da barra), rumo ao sul.

Entre 1674 e 1684, colonos vicentistas e paulistas, constituem ponto avançado de ocupação e estabelecimento do lugar enseada, assim como, chegam e se estabelecem em Laguna. Esse período de ocupações litorâneas, levam aos fundamentos do lugar enseada, dentro do objetivo inicial fixado de ponto mais meridional.

O planejamento do lugar, constata-se pela  arquitetura portuguesa da época. Planejamento com características iniciais de povoamento, freguesia, vila e cidade, ou seja, um largo(praça) central voltada para o mar, ao redor as ruas laterais de fogo e ao fundo a casa de reza (capela, igreja).

Em 1684, é atribuído ao capitão vicentista e bandeirante Domingos de Brito Peixoto, os fundamentos da Vila de Santo Antônio dos Anjos de Laguna. Atribui-se também ao capitão vicentista e bandeirante, o nome da enseada de “Enseada de Brito” em sua homenagem, por seu breve estabelecimento no lugar, a caminho de Laguna.

A relação dos luso-açorianos com a Enseada de Brito, tem início a partir de 1750 com os casais de luso-açorianos, fundadores de São José da Terra Firme, hoApós o Tratado de Madrid de 1750, ficou estabelecido o direito do “UTI-POSSIDETIS” onde seria dono das terras quem as ocupasse.
A Coroa Portuguesa, antevendo este processo de ocupação, a partir de 1748 começou a enviar levas de luso-açorianos para povoar esta área meridional praticamente inabitada do país, expandindo seu território.

A ilha de Santa Catarina era o último ponto de aguada, abastecimento e reparo das naus, tendo sido escolhida como a porta de entrada deste movimento de destinação e de ocupação.

A partir de então, os luso-açorianos, são destinados para o litoral sul do continente catarinense e da Província de São Pedro, hoje Rio Grande do Sul.

Em 1753, dessa destinação,  ocorre na Enseada de Brito, o sepultamento de alguns luso-açorianos, mortos numa das maiores tragédias marítimas que se tem registros na costa catarinense. Trata-se do naufrágio de duas sumacas com 250 luso-açorianos, que tinham destino de fundar Porto dos Casais, hoje Porto Alegre. O trágico naufrágio ocorreu na travessia da Barra do Sul, proximidades de uma praia deserta da Ilha de Santa Catarina, que a partir dessa tragédia, começa a ser difundida com o nome de  ponta e praia dos naufragados,.

O ocorrido foi provocado por um inesperado pampeiro  com rebojo de vento sul.

Morreram 173 luso-açorianos, que foram encontrados na praia deserta da Ilha(naufragados) e praia do lado do continente, hoje Praia do Sonho.

Nos anos de 1500, há indicação para o nome de naufragados, referindo-se a naufrágios de navios(galeões) ocorridos no local, que tinham destino de explorar a Bacia do Prata.

No cemitério da capela, hoje Igreja de Nossa Senhora do Rosário, há registros desses sepultamentos.

A expansão territorial traz conflitos com os índios Guaranis dos Sete Povos das Missões, mesmo assim, os luso-açorianos chegaram até a Colônia de Sacramento, hoje Uruguai, onde  existe comunidades de seus descendentes.





Glossário

Fogo – antigo significado de casa, moradia

su·ma·ca
(holandês smakke)

Embarcação rasa e ligeira, de dois mastros, usada especialmente na América do Sul.







Contos que conto

Quem conta um conto, aumenta um ponto  .  º

              -dito popular-                                         

Texto: Gilberto J. Machado

                  -Historiador-













Nenhum comentário:

Postar um comentário