COBERTA D’ALMA
Você já ouviu falar, ou ainda não?
Pois eu já, claro. sou descendente dessas levas de além mar.
Desde os tempos de criança, escuto de meus pais, avós, de pessoas mais velhas, de vizinhos, dos causos e costumes dessas (es)histórias trazidas e vivida pelos nossos ancestrais açorianos, que aqui aportaram a partir de 1748.
Essa tradição, consisti e fazia com que, as famílias dos falecidos, elegesse e fizesse a doação de todas as suas vestes a uma pessoa da comunidade, especialmente os mais carente.
De posse das roupas, o beneficiário escolhido pelo ritual, tinha que comparecer vestido cum um dos trajes do falecido na missa de 7º dia. A partir daí, todas as outras vestes poderiam ser usadas normalmente.
Em 1969, na localidade Ponta de Baixo em São José, uma comunidade típica de oleiros(feitores de louças de barro na roda de oleiro) e de pescaria artesanal. registrou-se um dos últimos acontecimentos da COBERTA D’ALMA. A família de Isaura Rosa Tasca(*1918), doou as roupas de seu falecido marido Hermínio Tasca, à Otacílio Ramos, vulgo Tatá, que cumpriu todo o ritual da tradição.
Embora, tratando-se de uma tradição cultural remota e de segmentos de geraçõs, meses depois, familiares relembravamm a dor e a saudade sentidas, quando o Senhor Tatá passava pela rua em frente de suas casas com as roupas do pai.
Contos que conto
Quem conta um conto, aumenta um ponto . º
-dito popular-
Texto: Gilberto J. Machado
Historiador
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