ESCRAVOS NA
ILHA DE SANTA CATARINA
Interessante
pesquisa
UM POUCO
DE DESTERRO
A maior incidência de fontes da presença
escrava em terras catarinenses tem sido Nossa Senhora do Desterro, atual
Florianópolis, capital de Santa Catarina. Isto tem uma explicação lógica e
facilmente provável, devido ao poder aquisitivo da população local, tanto
econômica, quanto política e cultural.O Nosso viajante já citado Auguste de
Saint-Hilare, em sua passagem por Desterro, também registrou em seu livro:
“Viagem a Curitiba e Província de Santa Catarina”, que os agricultores da Ilha
de Santa Catarina, parecem mais “industriosos” do que os fazendeiros do
interior e também fez menção de escravos rurais na Ilha de Santa
Catarina.Saint-Hilare relatou que em 1820, a população da ilha era de 14.000 sendo
que 2.800 eram escravos. Em outro relatório, em 1841 registrou uma população de
19.568 indivíduos, dos quais 4.336 eram escravos, porém sobre este último
censo, ele levantou suspeitas, quanto sua veracidade, pois os dados poderiam
ter sido maquiados em virtude dos conflitos sulistas, o que justificaria as
informações falsas.Outro registro interessante de Saint-Hilaire, foi quando
saindo da Ilha de Desterro, resolveu ancorar defronte uma Igreja, em Nossa Senhora da
Lapa. (Provavelmente atual Ribeirão da Ilha). Numa conversa amistosa com o
Vigário local, descobriu que a população daquele povoado era de 1900
indivíduos, sendo que 500 eram escravos.O líder eclesiástico justificou que o
grande número de escravos era reflexo das grandes plantações de cana-de-açúcar
na região, que o próprio viajante descreveu quando passou por elas, como um
grande mosaico verde. Mais uma vez, registros comprovam a mão de obra escrava
em fazendas.O número de escravos foi tão significativo em Desterro, que fontes
comprovaram que Santa Catarina também exportou escravos após o tráfico
internacional. O historiador Rafael da Cunha Scheffer, no seu trabalho,
Comerciantes de escravos em Campinas – década de 1870, falou sobre o comércio
de escravos entre as regiões brasileiras, após a proibição efetiva do tráfico
de escravos.O foco do seu trabalho foram as negociações realizadas na cidade
paulista de Campinas. Lá ele encontrou registros de movimentações comerciais,
tendo como fonte os registros cartoriais, jornais da época (Década de 1870) que
anunciavam seus produtos (escravos) para comércio e também os registros de
recebimento de impostos da meia siza[13].
Entre os negociadores pesquisados estão, o
Sr Manoel Antonio Victorino de Menezes, natural do Rio de Janeiro, que se mudou
para Desterro no final de 1860. Ele anunciava no jornal local que comprava
escravos para revendê-los no Sudeste. No ano de 1870 negociou na cidade de
Campinas, cento e setenta escravos, quase todos naturais de Santa Catarina,
porém este número de escravos pode ser ainda maior devido sua sociedade com
Manoel Jorge Graça, que tem registrado em seu nome um total de noventa vendas.
Fonte: Blog Historiando – A
ESCRAVIDÃO EM SANTA CATARINA
Contos
que conto
Quem conta um conto,
aumenta um ponto . º
-dito popular-
Texto: Gilberto J. Machado
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